Ainda estou vivo...não sei como

Caros,

Sei que estou em grande falta com todos por não ter postado nada durante os 7 primeiros dias de prova, mas os amigos não tem idéia da correria e stress que este rally vem sendo pra gente aqui da apuração. Contando com vários imprevistos, desencontros de informações, problemas e também com outros problemas que podemos conversar mais detalhadamente ao vivo, nossos dias tem começado extremamente cedo (não depois das 6h30 da manhã) e não tem terminado antes da 1h da madrugada, tamanha é a correria.

Para mim, tem sido um rally muito desgastante, até demais. Não consegui aproveitar nada do rally ainda. Tenho passado meus dias enfurnado na salinha de cronometragem que perambula de cidade em cidade. Vou tentar dar um bom resumo a todos do que tem sido o rally até então.

Nas motos, existia a esperança de uma briga bonita entre o Zé Hélio Rodrigues e o Marc Coma. Porém, uma surpresa apareceu: Felipe Zanol. O piá tem uns 20 e poucos anos, vem do motocross e tem feito muito bonito até então aqui no rally. Já ganhou algumas especiais inclusive. Com a quebra de motor da moto BMW do Zé Hélio na 3a. Etapa, o caminho ficou muito fácil para o MArc Coma, que vem apenas administrando com muita sabedoria a vantagem para o segundo colocado, Felipe Zanol.

Nos carros, temos uma briga bonita entre Guiga Spinelli, Christian Baumgart, Palmeirinha (acreditem!), Marlon Koerich e Klever Kolberg. Todos ainda tem chances de ganhar e a disputa parece ser emocionante até o final, em Fortaleza.

Não tou muito por dentro dos caminhões, portanto peço desculpas aos amantes dos gigantes das estradas.

A movimentação do rally tem sido intensa, tem feito um calor senegalês que tem feito o gordinho aqui sofrer e ainda não consegui tempo pra ir conhecer os lugares. O mais característico foi uma cidadela encravada no deserto do Jalapão, chamada São Félix do Tocantins. Uma cidade com 1400 habitantes (90% sustentados pelo bolsa família), onde não existiam hotéis, que nos obrigaram a passar a noite em barracas improvisadas e onde nosso Caravan (avião que leva a equipe de organização de uma cidade para a outra, diariamente) foi forçado a pousar em uma pista de terra, de uns 800m de extensão, o que fez a gente sentir uma saudade de casa.....

Apesar dos stresses, incomodações, problemas e noites mal-dormidas, vale a pena estar envolvido em um evento tipo este.

Tem mais algumas fotos, que vou tentar postar aqui, bem como uns vídeos mostrando algumas das peripécias da equipe por aqui.

Abraço a todos,
Jair.